segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vamos transformar em Ação de Graças


A Síndrome do “Arquivo Confidencial”


Uma mania de igrejas pentecostais, especialmente das Assembleias de Deus, é a comemoração interminável do aniversário dos pastores nos templos e horários dos cultos. Os cultos (?) falam da vida desses pastores, além de homenagens dos familiares, amigos e membros da igreja. Normalmente são duas ou três horas de homenagens e mais homenagens. É o que eu chamo de síndrome do “Arquivo Confidencial”.

Quando eu era criança, eu assistia o Domingão do Faustão, na Rede Globo (como criança eu não tinha muito o que fazer, além dos exercícios escolares, videogame e televisão). Nesse programa existia um quadro chamado “Arquivo Confidencial”. Lá, artistas globais recebiam depoimentos de parentes e amigos exaltando suas qualidades. Ainda criança me via nesse quadro meloso. Depois, vendo comunidades no Orkut, me deparei com uma chamada: “Me via no Arquivo Confidencial”, ou seja, não era somente eu que tinha esse sentimento narcisista. Parece que boa parte das crianças sonhavam com a fama consolidada naquele “arquivo” do Domingão.

Agora, descubro que os pastores também se viam naquele quadro do Faustão. Para isso, eles criaram aquelas intermináveis festas de aniversário. Não, não sou contra a comemoração do aniversário de ninguém, mas só me estranha o fato que nas Assembleias de Deus o aniversário dos pastores já entrou na agenda anual das igrejas, assim como o Natal, o Dia das Mães e o retiro de Carnaval, por exemplo.

No fundo, essas manifestações são parte da crença inconsciente de que os pastores evangélicos são sacerdotes no estilo veterotestamentário ou católico romano. Recebem, por mais que se negue, um tratamento diferenciado dos demais membros da igreja, inclusive aqueles que muitas vezes dedicam tempo e esforço semelhante aos seus líderes.

Quando isso mudará? Difícil responder. Ninguém quer perder uma boquinha; além de brigadeiros, beijinhos, bolos, refrigerantes e massagem no ego.


(Extraido do Blog Teologia Pentecostal, texto de



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